A rua é um rio de passos e de vozes,
Um rio terrível que me vai levando
Mas estou só, como se está na infância...
Ou quando a morte vai se aproximando
No ar, agora, que distante aroma?
Decerto eu sem saber pensei em ti...
E um vôo de andorinha na distância
É a minha saudade que eu te mando.
Mas tudo, nesse tumultuoso rio,
Não fica nunca ao fundo da lembrança
Como no seio azul de uma redoma...
Tudo se afasta nessa correnteza
Onde uma flor, às vezes fica presa
E um claro riso sobre as águas dança!
Mario Quintana
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