“Quando eu morrer quero tuas mãos em meus olhos;
quero a luz e o trigo de tuas mãos amadas
passar uma vez mais sobre mim seu viço:
sentir a suavidade que mudou meu destino.
Quero que vivas enquanto eu, adormecido, te espero...”
Pablo Neruda
Hoje eu quero viver
Como se só este dia existisse
Como se uma tormenta fosse varrer o mundo
E o ar sugado da atmosfera
Hoje viverei como se fosse o fim de tudo
E o princípio do nada
E então com desespero e como alento
Eu preciso da tua voz
Necessito urgentemente que me fales de saudades
Do desespero de viver sem teu alimento
Que a minha lembrança arrepia a tua pele
E o meu alô estremece os teus joelhos
Hoje eu quero iludir-me
Divagando que te tenho
Que o teu cabelo se enrosca em meu pescoço
E a tua respiração faz eco em meus ouvidos
Hoje eu quero apenas imaginar
Que tomo tuas mãos entre as minhas
E apenas te fito horas a fio
Até que os meus olhos se cansem e lacrimejem
Ou a luz do dia se encerre na escuridão
Hoje eu quero sentir ao menos em sonhos
Tuas costas nuas apoiadas sobre mim
Dizer-te do meu amor ao pé do teu ouvido
Ver teu peito arfar intensamente
E a tua voz embargar de emoção
Hoje, nem que seja só por hoje
Porque além disso nada mais importa...
Agnaldo Garcia
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