segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Ata-me

Eu cosmonauta que sou

Prometo não fincar pé noutro território

Não desfraldar bandeira estranha

Jamais vestir outra camisa

Porque ficarás em mim assim atada

Segunda pele me vestindo

Vinho que me embriaga

Lúcida insanidade que desperta meu espírito

Quero teu pelo, teu cabelo em mim colado

Teu bem querer é o que me desafia

Manter-me firme o rumo à frente

Em rodopio que seja

Quero atrelar-me alguma vez em desvario

E mergulhar, prender o ar

Subir ileso à tona

E navegar teu mar

Mercê de mim te encontrar

Balançar em tuas ondas

Tomar das tuas mãos

Sorver a alegria evaporada

Buscar no teu silêncio palavras que me curem

Banhar-me em teu antídoto

Para não mais sofrer de amar só

Em teu olhar aprofundar razões

Motivos que me mostrem

Do que se vale a vida

Firmado assim que estou completamente

Um momento apenas basta para que eu me lembre

Que estarás em mim e que será assim:

Eternamente

Agnaldo Garcia


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