Eu cosmonauta que sou
Prometo não fincar pé noutro território
Não desfraldar bandeira estranha
Jamais vestir outra camisa
Porque ficarás em mim assim atada
Segunda pele me vestindo
Vinho que me embriaga
Lúcida insanidade que desperta meu espírito
Quero teu pelo, teu cabelo em mim colado
Teu bem querer é o que me desafia
Manter-me firme o rumo à frente
Em rodopio que seja
Quero atrelar-me alguma vez em desvario
E mergulhar, prender o ar
Subir ileso à tona
E navegar teu mar
Mercê de mim te encontrar
Balançar em tuas ondas
Tomar das tuas mãos
Sorver a alegria evaporada
Buscar no teu silêncio palavras que me curem
Banhar-me em teu antídoto
Para não mais sofrer de amar só
Em teu olhar aprofundar razões
Motivos que me mostrem
Do que se vale a vida
Firmado assim que estou completamente
Um momento apenas basta para que eu me lembre
Que estarás em mim e que será assim:
Eternamente
Agnaldo Garcia
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